Estilo e precisão se mesclam no ambiente criado para a Deca, sob inspiração do elemento água. A vestimenta emoldurada ao fundo é do acervo do arquiteto, enquanto a paisagem que se descortina das janelas foi impressa digitalmente.
Foto: ZECA WITTNER/ESTADÃO
Estamos em Marrakesh? “Não exatamente”, dispara o arquiteto Sig Bergamin, diante da insistência do repórter em situar, ao menos geograficamente, o Espaço Deca: seu projeto para a Casa Cor, após notada ausência de algumas edições. “Prefiro dizer que estamos em Mustique (ilha caribenha colonizada por ingleses e atual ponto de encontro do jet set internacional). Não consigo pensar em melhor lugar para pensar em água”, diz.
Nada, porém, no universo orientalizado imaginado por Bergamin para a tradicional produtora de louças e metais, remete aos spas minimalistas que caracterizaram as participações da empresa nas edições anteriores do evento. Concebido em suaves tons de verde, tudo nele denota precisão e muitos anos de estrada. Além de genuíno sentido de elegância. “Sempre admirei esse caráter globalizado dos ingleses. Por aqui, também tenho um pouco de tudo: de trajes típicos do Afeganistão a pinturas do Vik Muniz. Índia e Marrocos. Londres e Nova York. É a junção de todos esses lugares e influências que faz do espaço um lugar único e não um simples cenário”, explica.
Avesso a definições, segundo o arquiteto, seu projeto pode ser visto como um grande living, situado a poucos passos da cama e da piscina. Ou como o contrário disso. “Me interessa fazer, mais do que conceituar”, comenta o arquiteto, enquanto desarruma, “casualmente”, uma pilha de livros disposta sobre um console. “Casa tem de ser assim, verdadeira. Ligeiramente bagunçada, até”, brinca ele. /MARCELO LIMA
[galeria id=6739]